Sóbria tolerância
Que tolerância tenho eu diante dos fantasmas daquelas torres? Diga-me você. Anda, diga-me. Realmente não sei como terei tolerância alguma com alguém ou com qualquer coisa. Não sei. Da janela da minha casa, vejo a monotonia daqueles que estão mortos em suas vidas patéticas. Já da janela da minha alma vejo apenas um abismo de possibilidades.
Posso eu ser tolerante diante do descrédito daqueles que nada fazem por aqueles que lhes bancam? Rosas, banquete e vinho tinto para os reis! Isso, comida farta! E apenas lágrimas, perdidas em poucos risos no mar de prantos aos plebeus. Patético. (notícia)
Sinto-me como uma ovelha negra perdida no meio de um rebanho de ovelhas cegas, cansadas e mancas. O que elas fazem para seguir em frente? Nada. Ou talvez nada. Trata-se de uma roda vida de tolerância, num mecanismo repetitivo. São os mesmos erros mascarados, parecendo acertos.
Já sou uma rosa, num primeiro momento, sensível e terna – talvez –, mas com espinhos dispersos em minha alma, a proteger-me daquilo que não ser ou penso não saber, ou apenas não quero tolerar. Assim como as pobres ovelhas cegas do rebanho.
Taína Lauck
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